terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Reencontro (ou amar também é deixar crescer, deixar ser)!

Desde o dia em que criei o blog, com um post inaugural de desabafo gerado em meio a uma madrugada insone, vários temas e textos já passaram pela minha cabeça. E hoje, finalmente tive novamente algum tempo para sentar e fazer uma das coisas que mais amo na vida: escrever partes do que sinto, penso e elaboro. Para não ter que escolher nenhum dos temas que eu pensei ao longo dessas três semanas, porque sou péssima com esse lance de fazer escolhas, vou falar do momento atual. Aliás, na verdade, vou falar do momento incrível que estou vivendo. Momento, carinhosamente, apelidado de reencontro...

Ser mãe sempre foi um desejo existente dentro de mim. Casar não (até encontrar o companheiro atual e sentir vontade de caminhar junto dele). Mas, ter uma profissão onde eu pudesse fazer a diferença na vida das pessoas e ser mãe eram sonhos que faziam parte de mim a anos.

No meu primeiro ano de casada (sim, o não sonho se realizou primeiro que os sonhos, vai entender a vida!), consegui finalmente decidir a graduação que queria cursar. Nada do que eu havia feito profissionalmente até então atingia o meu objetivo de realização profissional, mas me deu subsídios para me conhecer melhor e realizar a escolha profissional mais assertiva que eu poderia ter realizado. O curso escolhido foi psicologia. E logo de cara fui fazendo a seleção dos meus aprofundamentos acadêmicos. Matérias de desenvolvimento humano eram as que tinham minha maior dedicação. Autor preferido, depois do papai Freud, era Winnicott. Livros e textos mais devorados eram os que falavam sobre a formação do individuo, primeiros anos, interação com os principais cuidadores. Trabalho de conclusão de curso foi sobre a importância do vinculo mãe e bebê. Sim, a área de atuação estava praticamente escolhida. Atuar em algum viés da psicologia que me permita estar próximo de mães, bebes e famílias nos períodos de gestação, pós parto e primeiros anos é onde eu consigo me ver realizada.

Ok. Tudo lindo.

Mas lindo ainda foi o teste de gravidez positivo no penúltimo período da faculdade. Sim. Eu planejei que fosse dessa forma. Mesmo eu me conhecendo bem e sabendo como seria difícil  dividir a atenção e entrega, vivenciando os meus dois maiores sonhos de vida de uma só vez (a reta final da graduação e a minha primeira gestação).

Deu tudo certo! Conclui a graduação, gestei de forma consciente e entregue, respeitei e estive atenta ao meu processo de transformação, pari lidamente e respeitosamente, mergulhei fundo na simbiose dos primeiros meses de vida. Tudo como eu planejei, desejei e busquei. TUDO COMO EU PLANEJEI, DESEJEI E BUSQUEI? HAHAHAHAHAHA (risadas eternas do meu ego que adora historias com "final feliz")

Querem saber a verdade?

Se eu soubesse na real como é ter um bebê, eu teria adiado por mais uns 5 anos no minimo. Se eu me arrependo de ter tido a minha filha? Se eu me arrependo de ser mãe? Não, de forma nenhuma. Vivo morrendo de vontade de aumentar de a família, quase que diariamente.

Acharam esse ultimo paragrafo muito louco?

Pois é. É exatamente assim que eu vivo os meus dias há 7 meses. Nessa ambivalência louca de "ser mãe foi a minha melhor escolha da vida" x "aonde eu amarrei meu bode?"

E é nessa ambivalência que eu ando encontrando espaço para deixar Maria Cecilia florescer e para me reencontrar comigo. Estivemos imersas e misturadas durante 40 semanas e 3 dias de gestação, horas de trabalho de parto, meses de exterogestação, 6 meses e amamentação exclusiva.... Olha, está sendo muito difícil para nós duas (eu acho!) essa nova fase. Toda mudança gera algum tipo de stress, eu sei. E, por isso venho me perguntando, quase todos os dias, se estou realmente pronta para deixar de ser a mãe full time que venho sendo nos últimos meses. Sim, ela vai sentir minha falta quando eu não estiver aqui, porque estou no consultório, ou em algum curso, ou sendo eu em qualquer que seja a situação. Sim, eu vou sentir falta do seu corpo quentinho deitado de bruço na minha barriga, do seu sorriso encantador, das vocalizações, da palminha, do resmungo quando acorda, do quase abraço e do quase beijo. Esse será o nosso verdadeiro corte do cordão umbilical. Não será fácil.  Mas, sem dúvidas, é necessário. Eu não sou dela, ela não é minha. Não somos um só corpo. Somos do mundo. Dois seres humanos que se amam e se respeitam.

E assim, vamos seguindo. Mamãe retomando alguns projetos profissionais e se reencontrando com a vida, depois de 7 meses sendo absolutamente mãe. Bebê sendo respeitada e acolhida na medida que as suas necessidades se apresentam.

Amar também é deixar crescer, deixar ser.

Mais alguém por ai, que está passando ou já passou por situação parecida?










Um comentário:

  1. Pois é...estou na fase de agora não é o momento e com isso penso que, se eu pensar muito o momento "certo" nunca chegará. Ter um filho é uma decisão mais complexa que poderia imaginar hahaha

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